21 nov dia #21 – poema especulativo
vejo minha íris no espelho
furta-cor, lá no fundo do reflexo
e ainda mais ao fundo, seu semblante
é apenas uma especulação, porém
causador de incertezas sólidas
a conversa é espaçada e pretensiosa demais
enquanto inventamos um passado um para o outro
o futuro se apresenta como uma dádiva, mas
algum pesquisador acaba de prever um tsunami no Japão
o corpo ausente ocupa um espaço na ideia
todos sabemos e ainda assim insistimos na repetição
investindo energia em mirabolâncias
o semblante na íris furta-cor ao fundo refletido
embaça minha visão
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