dia #17 – todo dia ela faz tudo sempre igual

abri os olhos e já esqueci
do sonho maluco no qual estive à noite
inteira pelada na frente de desconhecidos
na escola ou correndo rumo ao precipício

levanto da cama com a certeza
de um eclipse provavelmente
invisível na Aclimação poluição
prédios me empatam a vista

passo o café e já nem sei
se gosto do sabor ou do ritual
os hábitos me mantêm na
órbita da rotina por vezes
escapo e um poema atravessa

o cotidiano me ancora no
presente singular
enquanto meu corpo clama
futuro plural

Claudine Zingler
contato@claudinezingler.com.br
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