dia #15 – indefinido

88 extinções não são o cúmulo?
eu pergunto insistente e
mergulho no desconhecido voo
em busca da aterrissagem

]]]]no intervalo[[[[

entre o bater de asas da borboleta e a
decisão do caranguejo

meu destino é o não-lugar da pausa
o não-estar aconchegante
a incerteza definidora de tudo
o não-saber do estrangeiro
a chegada não aguardada
renuncia sem saber da posse

os desavisados festejam
fanfarra da incerteza

hoje reli esta frase da Clarice Lispector: “o que eu desejo ainda não tem nome” e me veio este poema aos poucos, lembrando dela quando sentei pra escrever. a frase pode ser clichê, as acho tão bonita e me toca muito. adoro Clarice. logo mais vai chegar o centenário dela. ❤

Claudine Zingler
contato@claudinezingler.com.br
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